segunda-feira, 20 de maio de 2013

Dinâmica do Discipulado e da Missão


I. FUNDAMENTO BÍBLICO-TEOLÓGICO DO PROJETO
1. Dinâmica do Discipulado e da Missião

“Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos” (Mt 28,19), foi o que Jesus disse aos seus. Era mais que um desejo do Ressuscitado, era uma ordem, um mandado. A missão comunicada, porém, não é apenas pregar a Boa Nova, mas fazer que as pessoas se tornem suas discípulas. Uma missão árdua, que dura toda a vida, porque, ao contrário dos judeus, o discipulado dos cristãos é para sempre. O cristão é aquele que deve sempre aprender e seguir seu Mestre, até o final da sua vida terrena.
Jesus também indica como se deve fazer para que os povos se tornem seus discípulos: batizando-os em nome da Trindade e ensinando-os a observar tudo que ele nos ordenou (cf. Mt 28,19-20). Batizar significa mergulhar, imergir a pessoa na vida trinitária para que ela conheça Deus não por ouvir dizer mas por experiência própria. Este mergulho se dá de diversas formas, pela vida fraterna, pelas orações comunitárias e pessoais, pelos sacramentos, principalmente o do Batismo[1]. É através do batismo que a pessoa é mergulhada no Pai e no Filho e no Espírito Santo. Ela se torna filha de Deus e membro da Igreja. Por isso, o verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que vive a graça do seu batismo, a primeira e maior consagração.
Para fazer os povos discípulos de Jesus é preciso também ensiná-los as palavras do Mestre contidas na Sagrada Escritura e na Tradição da Igreja. Por isso, a comunidade cristã primitiva era assídua ao ensinamento dos apóstolos (At 2, 42) lendo todas as Escrituras (Antigo Testamento) a partir da vida e das palavras de Jesus. Esta pregação apostólica foi posteriormente chamada de catequese.
Na nossa Igreja, todos os fiéis são convidados a entrarem num caminho de discipulado através dos grupos de catequese/reflexão, de adultos, de jovens ou de crianças. Nestes grupos vamos ser mergulhados na vida trinitária através da oração, da vida fraterna e da preparação ou renovação dos sacramentos. No grupo de catequese/reflexão também ouviremos a Palavra de Deus através das Sagradas Escrituras ou da Tradição (Magistério). Todos os que aceitarem entrar neste caminho de discipulado passarão por um tempo de formação inicial (3 anos) e depois continuarão em grupos de catequese/reflexão permanente. Estes grupos serão a célula primeira de todas as comunidades que se formarem em nossa paróquia.
Todo discípulo de Jesus um dia se torna também missionário. O evangelho de Lucas deixa isso bem claro quando narra o envio não só dos doze apóstolos (cf. Lc 9,1-6) mas também dos setenta e dois discípulos (cf. Lc 10,1-20). Após um período nos grupos de catequese/reflexão o discípulo de Jesus percebe a necessidade de levar o evangelho para sua família, seus amigos, seu trabalho, sua cidade ou distrito. É sob esta ótica missionária que nossa paróquia vê as pastorais, os serviços, as festas de padroeiros, as semanas missionárias, as festas folclóricas etc. A maioria destes trabalhos ou atividades, deve acontecer em volta das pequenas comunidades que nasceram a partir dos grupos de catequese/reflexão.
É importante lembrar que todo missionário nunca deixa de ser discípulo. O evangelho de Marcos salienta isso quando diz que Jesus escolheu Doze para que estivessem com ele e para enviá-los (Mc 3,14). Por isso, nenhum missionário pode sair do seu grupo de catequese/Reflexão e da sua comunidade. Mesmo o coordenador da comunidade precisa estar inserido em um grupo de catequese/reflexão e entrar na dinâmica do discipulado: ser mergulhado na Trindade e aprender os ensinamentos de Jesus.
O envio missionário dos onze é também envio de toda Igreja, não só dos sucessores dos Apóstolos. Podemos afirmar que nossa paróquia também recebeu esta ordem: “Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos” (Mt 28,19). Ide, portanto, e tornem os homens e mulheres, as crianças, adolescentes, jovens e idosos... da nossa paróquia discípulos de Jesus. Para isso acontecer estamos propondo este projeto de evangelização.

I.2. Espiritualidade da escuta
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[1] Como muitos de nós fomos batizados enquanto criança e não experimentamos o batismo como algo pessoal, fruto de um caminho feito que concede graças inefáveis e força para continuar o seguimento a Cristo, precisamos pedir uma renovação do mesmo. Esta renovação acontece a partir do encontro pessoal com Cristo que os grupos de catequese/reflexão irão favorecer.

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