I Encontro
Escatologia final
O que significa rezar:
E de novo há de
vir, em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu reino não
terá fim. (...) Espero a ressurreição dos mortos;
E a vida do mundo
que há de vir. Amém.
(Credo
Niceno-Constantinopolitano)
Creio em Jesus Cristo (...) que está
sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. (...) Creio (...)
na ressurreição da carne; na vida eterna. Amém.
(Credo
Apostólico)
Vinda Gloriosa
Creio na vinda
gloriosa de Jesus
No Novo Testamento existem várias
passagens que tratam da vinda gloriosa de Cristo e suas consequências:
·
1Ts
4,13-18;
·
Mt
24,1-31
1 Tessalonicenses
4,13-18
3Irmãos, não queremos que ignoreis o
que se refere aos mortos, para não ficardes tristes como os outros que não têm
esperança. 14Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também
os que morreram em Jesus, Deus há de levá-los em sua companhia. 15Pois
isto vos declaramos, segundo a palavra do Senhor: que os vivos, os que ainda
estivermos aqui para a Vinda do Senhor, não passaremos à frente dos que
morreram. 16Quando o Senhor, ao sinal dado, à voz do arcanjo e ao
som da trombeta divina, descer do céu, então os mortos em Cristo ressuscitarão
primeiro; 17em seguida nós, os vivos que estivermos lá, seremos
arrebatados com eles nas nuvens para o encontro com o Senhor, nos ares. E
assim, estaremos para sempre com o Senhor. 18Consolai-vos, pois, uns
aos outros com estas palavras.
Está
sentado à direita do Pai
·
Jesus Cristo subiu ao céu e está sentado à direita do Pai.
Isso significa que ele foi glorificado e reina com o Pai;
·
Ele já reina sobre a criação, a história e a Igreja porque
ele é a cabeça da Igreja;
·
Isso nos faz afirmar que Ele permanece misteriosamente
sobre a terra, onde seu Reino já está presente como germe e início na Igreja.
Abalo
cósmico e vinda gloriosa
·
Ele, um dia, voltará em glória, mas não sabemos quando. Por
isso, vivemos vigilantes, rezando: «Vem, Senhor» (Ap 22,20);
·
Após o último
abalo cósmico deste mundo que passa, a vinda gloriosa de Cristo acontecerá com o triunfo definitivo
de Deus na Parusia
de Cristo e com o Juízo final.
Assim se cumprirá o Reino de Deus.
A
grande tribulação (Mt 24)
1Saindo do Templo, Jesus caminhava e
os discípulos se aproximaram dele para mostrar-lhe as construções do Templo. 2Ele
disse-lhes: "Estais vendo tudo isto? Em verdade vos digo: não ficará aqui
pedra sobre pedra que não seja demolida". 3Estando ele sentado
no monte das Oliveiras, os discípulos se aproximaram dele, a sós, dizendo:
"Dize-nos quando vai ser isso, e qual o sinal da tua Vinda e da consumação
dos tempos". 4Jesus respondeu: "Atenção para que ninguém
vos engane. 5Pois muitos virão em meu nome, dizendo: 'O Cristo sou
eu', e enganarão a muitos. 6Haveis de ouvir sobre guerras e rumores
de guerras. Cuidado para não vos alarmardes. É preciso que aconteçam, mas ainda não é o fim. 7Pois
se levantará nação contra nação e reino contra reino. E haverá fome e
terremotos em todos os lugares. 8Tudo isso será o princípio das
dores. " 9Nesse tempo, vos entregarão à tribulação e vos
matarão, e sereis odiados de todos os povos por causa do meu nome. 10E então muitos ficarão
escandalizados e se entregarão mutuamente e se odiarão uns aos outros. 11E
surgirão falsos profetas em grande número e enganarão a muitos. 12E
pelo crescimento da iniqüidade, o amor de muitos esfriará. 13Aquele,
porém, que perseverar até o fim, esse será salvo. 14E este Evangelho
do Reino será proclamado no mundo inteiro, como testemunho para todas as
nações. E então virá o Fim. 15Quando, portanto, virdes a abominação da desolação, de que
fala o profeta Daniel, instalada no lugar santo — que o leitor entenda! — 16então,
os que estiverem na Judéia fujam para as montanhas (...). 21Pois
naquele tempo haverá uma grande
tribulação, tal como não houve desde o princípio do mundo até agora, nem tornará a haver
jamais. 22E se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma vida se
salvaria. Mas, por causa dos eleitos, aqueles dias serão abreviados. 23Então,
se alguém vos disser: 'Olha o Cristo aqui!' ou 'ali!', não creiais. 24Pois
hão de surgir falsos Cristos e falsos
profetas, que apresentarão
grandes sinais e prodígios de
modo a enganar, se possível, até mesmo os eleitos. 25Eis que eu
vo-lo predisse.
A
provação última da Igreja
·
Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma
prova final, que abalará a fé de numerosos fiéis (Mt 24,12).
·
A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra
(Lc 21,12; Jo 15,19-20), porá a descoberto o «mistério da iniquidade», sob a
forma duma impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para
os seus problemas, à custa da apostasia da verdade.
·
A suprema impostura religiosa é a do Anticristo, isto é,
dum pseudo-messianismo em que o homem se glorifica a si mesmo, substituindo-se
a Deus e ao Messias Encarnado (2Ts 2,4-12; 1Ts 5,2-3; 2Jo 7).
·
Esta impostura anticrística já se esboça no mundo, sempre
que se pretende realizar na história a esperança messiânica, que não pode
consumar-se senão para além dela, através do juízo escatológico.
·
O Reino não se consumará, pois, por um triunfo histórico da
Igreja (Ap 13,8) segundo um progresso ascendente, mas por uma vitória de Deus
sobre o último desencadear do mal (Ap 20,7-10), que fará descer do céu a sua
Esposa (Ap 21,2-4).
·
O triunfo de Deus sobre a revolta do mal tomará a forma de
Juízo final (Ap 20,12), após o último abalo cósmico deste mundo passageiro (2Pd
3,12-13).
Ressurreição
da carne
·
Como Cristo verdadeiramente ressuscitou dos mortos e vive
para sempre, assim Ele próprio nos
ressuscitará a todos no
último dia, com um corpo incorruptível:
·
«os que tiverem feito o bem para uma ressurreição de vida,
e os que tiverem feito o mal para uma ressurreição de condenação»;
·
Vejamos algumas passagens bíblicas:
8Então foram até Ele alguns saduceus
— os quais dizem não existir ressurreição — e o interrogam: (...)
19 “Mestre, Moisés deixou-nos
escrito: Se alguém tiver irmão que
morra deixando mulher sem filhos, tomará ele a viúva e suscitará descendência
para o seu irmão. 20Havia sete irmãos. O primeiro tomou
mulher e morreu sem deixar descendência. (...) 23Na ressurreição, quando ressuscitarem, de qual deles será
a mulher? Pois que os sete a tiveram por mulher”. 24Jesus disse-lhes:
“Não é por isso que errais, desconhecendo tanto as Escrituras como o poder de
Deus? 25Pois quando ressuscitarem dos mortos, nem eles se casam, nem
elas se dão em casamento, mas são como os anjos nos céus. 26Quanto
aos mortos que hão de ressurgir, não lestes no livro de Moisés, no trecho sobre
a sarça, como Deus lhe disse: Eu Sou o
Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó? 27Ora Ele não é
Deus de mortos, mas sim de vivos.
Errais muito!” (Mc 12, 8-27)
«Como é que alguns de entre vós
dizem que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos,
também Cristo não ressuscitou. Mas se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa
pregação, e vã é também a vossa fé. (...) Mas não! Cristo ressuscitou dos
mortos, como primícias dos que morreram» (1 Cor 15,
12-14.20).
Como
os mortos ressuscitam?
·
O que é ressuscitar? Na
morte, separação da alma e do corpo, o corpo do homem cai na corrupção,
enquanto a sua alma vai ao encontro de Deus, embora ficando à espera de se
reunir ao seu corpo glorificado.
·
Deus, na sua onipotência, restituirá definitivamente a vida
incorruptível aos nossos corpos, unindo-os às nossas almas pela virtude da
ressurreição de Jesus.
·
Como? Cristo
ressuscitou com o seu próprio corpo: «Vede
as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo» (Lc 24, 39); mas não regressou a uma vida terrena.
·
De igual modo, n'Ele «todos ressuscitarão com o seu próprio
corpo, com o corpo que agora têm» (575), mas esse corpo será
«transformado em corpo glorioso» (576) em «corpo espiritual» (1 Cor 15, 44)
·
Este «como» ultrapassa a nossa imaginação e o nosso
entendimento; só na fé se torna acessível. Mas a nossa participação na
Eucaristia dá-nos já um antegozo da transfiguração do nosso corpo, operada por
Cristo:
·
«Assim como, depois de ter recebido a invocação de Deus, o
pão que vem da terra deixa de ser pão ordinário e é Eucaristia, constituída por
duas coisas, uma terrena, outra celeste, do mesmo modo os nossos corpos, que
participam na Eucaristia, já não são corruptíveis, pois têm a esperança da
ressurreição» (S. Irineu, Ad. haer. 4,18,5).
·
Quando? Definitivamente
o no último dia» (Jo 6, 39-40.44.54; 11, 24), «no fim do mundo» (578).
Com efeito, a ressurreição dos mortos está intimamente associada à Parusia de
Cristo:
«Ao sinal dado, à voz do arcanjo e
ao som da trombeta divina, o próprio Senhor descerá do céu e os mortos em
Cristo ressuscitarão primeiro» (1 Ts 4, 16).
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