Cristo ressuscitou, aleluia!
Sim, ressuscitou de verdade, aleluia!
Caros irmãos e irmãs,
Mudei a saudação do início da homilia. Tomei-a emprestada
dos nossos irmãos católicos e ortodoxos do Oriente. Quando eles se encontram, a
saudação costumeira é essa, assim como nossos avós diziam: “Louvado seja nosso
Senhor Jesus Cristo” e o outro respondia: “Para sempre seja louvado”.
Cristo ressuscitou dos mortos. A alegria é tanta que esta
verdade sai do nosso coração como um grito de alegria: Aleluia! A morte não pôde
detê-lo, nossos pecados que o crucificaram não foram a última palavra. Mas
vamos deixar que as leituras bíblicas coloquem luz e um pouco de ordem na nossa
alegria.
Maria Madalena foi de madrugada ao sepulcro, provavelmente,
para embalsamar o corpo do Mestre com óleos perfumados, ação que não tinha
conseguido fazer antes devido à páscoa judaica. Chegando lá, viu que a pedra
tinha sido tirada. Ficou desesperada e foi avisar os discípulos. Pedro e o
Discípulo que Jesus amava correram para atestar o que ela tinha dito. Era
verdade, Ele não estava mais ali. Alguém o tirou? Roubou seu corpo? – pensou
Pedro. O Discípulo amado, ao entrar e ver as faixas de linho deitadas no chão e
o pano que tinha enrolado a cabeça de Jesus dobrado à parte, acreditou. “Ele viu, e acreditou” (v. 8).
O Discípulo que Jesus amava representa o cristão autêntico,
que reclina sobre o peito de Jesus e sonda seus mistérios mais profundos (cf. Jo
13,23); que está aos pés da cruz e recebe Maria como mãe (cf. Jo 19,25-27); que
acredita que Jesus ressuscitou dos mortos só olhando o túmulo vazio e as faixas
de linho. Podemos dizer que a Igreja apresenta esta passagem para que nós nos
identifiquemos com ele, olhando os símbolos litúrgicos desta celebração
(sequência, glória, aleluia, círio), e principalmente da vigília pascal
(exulte, glória com sinos, círio ao lado da Palavra, as leituras da história da
salvação, os sacramentos de iniciação etc.). Precisamos acreditar: Ele
ressuscitou dos mortos! A liturgia é como os panos de linho e o túmulo vazio,
que o discípulo amado consegue ler como sinais da ressurreição de Cristo. Ele
ressuscitou de verdade, aleluia!
Esta alegria nos leva a testemunhar para outras pessoas o
que aconteceu com Jesus, assim como fez Pedro na primeira leitura: “E nós somos
testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o
mataram pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia,
concedendo-lhe manifestar-se (...) a nós que comemos e bebemos com Jesus, depois
que ressuscitou dos mortos” (At 10,39-40). Lembremos que “eles o mataram”
significa hoje os “pecadores o mataram”, especialmente os cristãos que mais
frequentemente caem no pecado ou se deleitam no vício (cf. Compêndio do
Catecismo, n. 117). Nós, pecadores, matamos Jesus, mas Deus o ressuscitou dos
mortos, ou seja, a morte foi vencida e com ela a força do nosso pecado que crucificou
o Senhor da vida. Somos novas criaturas porque morremos com Jesus para podermos
viver como ressuscitados (cf. Col 3,1).
Agora não podemos nos calar: a boa nova que experimentamos
em primeira pessoa precisa ser levada para nossas casas, trabalhos, lazeres.
Gritem com a vida: Cristo ressuscitou dos mortos; Ele venceu a morte e o
pecado! O meu pecado e o seu também. Ele deseja lhe dar uma vida nova; basta
você crer nele, confiar e entregar toda sua vida. Então você vai experimentar o
que significa viver como ressuscitado. Muitos de nossos irmãos que participam
de grupo de catequese de adultos já estão experimentando isso e podem
testemunhar para você como era a vida deles antes e como é hoje. Pergunte a
eles. E vocês, irmãos da catequese, testemunhem o que tem
acontecido neste caminho que estão trilhando.
Cristo ressuscitou, aleluia!
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