Sagrada Escritura
Cristo, palavra única da Escritura
•
Deus, para revelar-se aos homens, fala-lhes em
palavras humanas;
•
As palavras de Deus, expressas por línguas
humanas, fizeram-se semelhantes à linguagem humana, tal como outrora o Verbo do
Pai Eterno, havendo assumido a carne da fraqueza humana, se fez semelhante aos
homens".
•
Por meio de todas as palavras da Sagrada
Escritura, Deus pronuncia uma só Palavra, seu Verbo único, no qual se expressa
por inteiro;
•
Por este motivo, a Igreja sempre venerou as
divinas Escrituras, como venera também o Corpo do Senhor. Ela não cessa de
apresentar aos fiéis o Pão da vida tomado da Mesa da Palavra de Deus e do Corpo
de Cristo.
•
Com efeito, nos Livros Sagrados o Pai que está
nos céus vem carinhosamente ao encontro de seus filhos e com eles fala.
Inspiração da
Escritura
•
Deus é o autor da Sagrada Escritura.
•
As coisas divinamente reveladas, que se encerram
por escrito e se manifestam na Sagrada Escritura, foram consignadas sob
inspiração do Espírito Santo;
•
Deus inspirou os autores humanos dos
livros sagrados;
•
"Na redação dos livros sagrados, Deus
escolheu homens, dos quais se serviu fazendo-os usar suas próprias faculdades e
capacidades, a fim de que, agindo ele próprio neles e por meio deles,
escrevessem, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que ele próprio
queria."
A verdade da Escritura
•
Os livros inspirados ensinam a verdade.
"Portanto, já que tudo o que os autores inspirados (ou hagiógrafos)
afirmam deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, deve-se professar que
os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que
Deus em vista de nossa salvação quis fosse consignada nas Sagradas Escrituras.”
;
•
Então precisamos afirmar que é o sol que gira em
torno da terra (Jos 10,13) e não o contrário? Que o mundo foi criado em 6 dias
(Gn 1-2) e não em bilhões de anos?
•
Segundo Galileu Galilei, católico fervoroso, a
Bíblia nos ensina como se vai ao céu e não como vai o céu. Usando
as palavras do Catecismo:
•
Os livros da Escritura ensinam com certeza,
fielmente e sem erro, a verdade que Deus quis fosse consignada nas Sagradas
Escrituras em vista de nossa salvação.
•
A fé cristã não é «uma religião do Livro», mas
da Palavra de Deus, que não é «uma palavra escrita e muda, mas o Verbo
Encarnado e vivo» (S. Bernardo de Claraval).
Como interpretar a
Escritura?
•
Na Sagrada Escritura, Deus fala ao homem à
maneira dos homens.
•
Para bem interpretar a Escritura é preciso,
portanto, estar atento àquilo que os autores humanos quiseram realmente afirmar
e àquilo que Deus quis manifestar-nos pelas palavras deles.
•
Para descobrir a intenção dos autores
sagrados, há que levar em conta as condições da época e da cultura deles
("gêneros literários”);
•
A verdade é apresentada e expressa de maneiras
diferentes nos textos que são de vários modos históricos ou proféticos ou
poéticos, ou nos demais gêneros de expressão.
•
Se não fosse assim, precisávamos acreditar que
antigamente as serpentes andavam e falavam (Gn 3,1.14); além de podermos
procurar a arca de Noé (Gn 6,5ss).
•
Mas, já que a Sagrada Escritura é inspirada, há
outro princípio da interpretação correta e sem o qual a Escritura permaneceria
letra morta: "A Sagrada Escritura deve também ser lida e interpretada com
a ajuda daquele mesmo Espírito em que foi escrita".
•
O Concílio Vaticano II indica três critérios para
uma interpretação da Escritura conforme o Espírito que a inspirou:
1. Prestar muita atenção "ao
conteúdo e à unidade da Escritura inteira".
2. Ler a Escritura dentro
"da Tradição viva da Igreja inteira"
3. Estar atento "a anagogia
da fé" (=coesão das verdades da fé
entre si e no projeto total da Revelação).
O que é o cânon das Escrituras?
•
O Cânone das Escrituras é a lista completa dos
escritos sagrados, que a Tradição Apostólica levou a Igreja a discernir.
A Bíblia
•
“Bíblia” é uma palavra grega que significa
“livros”
•
A Bíblia é um coleção de livros;
•
Nós, cristãos, dividimos a Bíblia em duas
grandes partes: Antigo Testamento e Novo Testamento
•
O Antigo Testamento (A.T.) é composto por 46
livros e o Novo Testamento (N.T.) por 27, perfazendo um total de 73 livros;
•
Os livros do A.T. foram compostos no período de
1.o00 a 100 antes de Cristo (a.C.) e narram a história dos ancestrais do povo
de Israel (1800 a.C.) até a revolta dos Macabeus (134 a.C.), além de possuir
livros sapienciais, litúrgicos, proféticos, etc.
•
Os livros do N.T foram escritos entre os anos 65
d.C. a 135 d.C. e tratam da vida de Jesus, da Igreja primitiva, além de conter
várias cartas e um apocalipse.
Antigo Testamento
•
A Economia do Antigo Testamento estava ordenada
principalmente para preparar a vinda de Cristo, redentor de todos;
•
Embora contenham também coisas imperfeitas e
transitórias, os livros do Antigo Testamento dão testemunho de toda a divina
pedagogia do amor salvífico de Deus:
•
"Neles encontram-se sublimes ensinamentos
acerca de Deus e uma salutar sabedoria concernente à vida do homem, bem como
admiráveis tesouros de preces; nestes livros, enfim está latente o mistério de
nossa salvação"
Divisão hebraica do A.T.
•
O livro do Eclesiástico 1,7-9.25ss, escrito por
volta do ano 130 a.C., quando vai falar
do A.T. classifica os livros em Lei, Profetas e Outros Escritos.
•
Os judeus da época de Jesus já conheciam esta
divisão e já tinham consenso em relação aos livros que compunham a Lei e os
Profetas. Mas a definição sobre os Outros Escritos só veio no II séc. d.C. Os
livros reconhecidos como tais eram os conservados em hebraico ou aramaico. Os
judeus modernos seguem esta classificação;
–
Lei: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e
Deuteronômio;
–
Profetas: Js, Jz, 1 e 2 Samuel, 1 e 2Rs
(profetas anteriores) e Is, Jr, Ez e os doze profetas menores (profetas
posteriores);
–
Outros escritos: Salmos, Provérbios, Jó, Cântico
dos Cânticos (Cantares), Rute, Lamentações, Eclesiástes (Qohelet), Ester,
Daniel, Esdras, Neemias, 1 e 2 Crônicas.
Divisão cristã-primitiva do A.T.
•
Os cristãos da Igreja primitiva, já que
pregavam o evangelho em língua grega,
tinham a tendência de citar as Escrituras Judaicas na tradução grega, conhecida
como Septuaginta (LXX);
•
Esta versão deriva dos judeus de Alexandria que
consideravam sagrados alguns livros que foram compostos em grego (Sabedoria) ou
conservados nesta língua (1Macabeus, Tobias e Eclesiástico);
•
As Igrejas latina, grega e orientais, seguindo a
orientação da LXX, assumiram como canônico/sagrado um A.T. mais amplo:
–
Pentateuco: Gn, Ex, Lv, Nm e Dt;
– Livros
históricos: Js, Jz, Rt, 1 e 2 Sam, 1 e 2Rs , 1 e 2 Cr, Esd, Ne, Tb,
Jt, Est, 1 e 2Mc;
– Livros Sapienciais: Jó, Sl, Pr, Ecl, Ct, Sb,
Eclo;
–
Livros Proféticos: Is, Jr, Lm, Br,
Ez, Dn, Os, Jl, Am, Ab, Jn, Mq, Na, Hab, Sf, Ag, Zc, Ml.
–
•
Muitos séculos depois (XVI d.C.), alguns
reformadores protestantes optaram por considerar apenas o cânon judaico mais
breve;
•
A Igreja Católica, no Concílio de Trento (1546),
reconheceu como canônicos outros sete livros usados durante séculos: Tb, Jd, 1
e 2 Mc, Sb, Eclo, Br, algumas partes de Est, Dn.;
•
Tais livros são chamados de apócrifos nas
bíblias protestantes e de deuterocanônicos na terminologia católica;
•
Todos estes livros foram compostos antes do
tempo de Jesus. Alguns eram conhecidos e citados por autores do N.T.
Novo Testamento
•
"A Palavra de Deus, que é força de Deus
para a salvação de todo fiel, é apresentada e manifesta seu vigor de modo
eminente nos escritos do Novo Testamento."
•
Seu objeto central é Jesus Cristo, seus atos,
ensinamentos, paixão e glorificação, assim como os inícios de sua Igreja sob a
ação do Espírito Santo.
•
Os Evangelhos são o coração de todas as
Escrituras, "uma vez que constituem o principal testemunho da vida e da
doutrina do Verbo encarnado, nosso Salvador".
•
O Evangelho quadriforme ocupa a Igreja um lugar
único, como atestam a liturgia e o atrativo que desde sempre tem exercido sobre
os santos.
Divisão do N.T.
•
A. Evangelhos (4)
•
Sinóticos (3): Mateus, Marcos, Lucas
•
João
•
B. História das origens (1)
•
Atos dos Apóstolos
•
C. Apocalipse (1)
•
Apocalipse de João
•
D. Cartas (21)
•
Paulinas (13+1)
•
Católicas (7): Tiago; 1 e 2 Pedro; 1,2 e 3 João;
Judas
•
A unidade entre o Antigo e o Novo Testamentos
•
A unidade dos dois Testamentos decorre da
unidade do projeto de Deus e de sua Revelação.
•
Por isso os cristãos lêem o Antigo Testamento à
luz de Cristo morto e ressuscitado. De resto também o Novo Testamento exige ser
lido à luz do Antigo.
•
O Antigo Testamento prepara o Novo, ao passo que
este último cumpre o Antigo;
•
Os dois se iluminam reciprocamente; os dois são
verdadeira Palavra de Deus.
•
"A Igreja sempre venerou as divinas
Escrituras da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor”;
Escolha da Bíblia
• Bíblia
Pastoral
• Bíblia
de Jerusalém;
• TEB;
• Bíblia
do Peregrino.
Procurando uma passagem
• Gn
1, 27;
• Gn
1,26-27;
• Gn
1, 1.26-27;
• Gn
1, 1; Jo 1, 1;
• 1Cor 13, 4;
• 1Cr 13, 4;
• Jo
10-13; 15,2-9;
• 1Jo
4,1ss;
• 1Mc
2,3–4,5;
• Mc
6, 5b-13.
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