segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

POR QUE SOU CATÓLICO? II

IV Encontro


Sagrada Escritura



Cristo, palavra única da Escritura

      Deus, para revelar-se aos homens, fala-lhes em palavras humanas;
      As palavras de Deus, expressas por línguas humanas, fizeram-se semelhantes à linguagem humana, tal como outrora o Verbo do Pai Eterno, havendo assumido a carne da fraqueza humana, se fez semelhante aos homens".
      Por meio de todas as palavras da Sagrada Escritura, Deus pronuncia uma só Palavra, seu Verbo único, no qual se expressa por inteiro;
      Por este motivo, a Igreja sempre venerou as divinas Escrituras, como venera também o Corpo do Senhor. Ela não cessa de apresentar aos fiéis o Pão da vida tomado da Mesa da Palavra de Deus e do Corpo de Cristo.
      Com efeito, nos Livros Sagrados o Pai que está nos céus vem carinhosamente ao encontro de seus filhos e com eles fala.

Inspiração da Escritura

      Deus é o autor da Sagrada Escritura.
      As coisas divinamente reveladas, que se encerram por escrito e se manifestam na Sagrada Escritura, foram consignadas sob inspiração do Espírito Santo;
      Deus inspirou os autores humanos dos livros sagrados;
      "Na redação dos livros sagrados, Deus escolheu homens, dos quais se serviu fazendo-os usar suas próprias faculdades e capacidades, a fim de que, agindo ele próprio neles e por meio deles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo e só aquilo que ele próprio queria."

A verdade da Escritura

      Os livros inspirados ensinam a verdade. "Portanto, já que tudo o que os autores inspirados (ou hagiógrafos) afirmam deve ser tido como afirmado pelo Espírito Santo, deve-se professar que os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro a verdade que Deus em vista de nossa salvação quis fosse consignada nas Sagradas Escrituras.” ;
      Então precisamos afirmar que é o sol que gira em torno da terra (Jos 10,13) e não o contrário? Que o mundo foi criado em 6 dias (Gn 1-2) e não em bilhões de anos?
      Segundo Galileu Galilei, católico fervoroso, a Bíblia nos ensina como se vai ao céu e não como vai o céu. Usando as palavras do Catecismo:
      Os livros da Escritura ensinam com certeza, fielmente e sem erro, a verdade que Deus quis fosse consignada nas Sagradas Escrituras em vista de nossa salvação.
      A fé cristã não é «uma religião do Livro», mas da Palavra de Deus, que não é «uma palavra escrita e muda, mas o Verbo Encarnado e vivo» (S. Bernardo de Claraval).

Como interpretar a Escritura?

      Na Sagrada Escritura, Deus fala ao homem à maneira dos homens.
      Para bem interpretar a Escritura é preciso, portanto, estar atento àquilo que os autores humanos quiseram realmente afirmar e àquilo que Deus quis manifestar-nos pelas palavras deles.
      Para descobrir a intenção dos autores sagrados, há que levar em conta as condições da época e da cultura deles ("gêneros literários”);
      A verdade é apresentada e expressa de maneiras diferentes nos textos que são de vários modos históricos ou proféticos ou poéticos, ou nos demais gêneros de expressão.
      Se não fosse assim, precisávamos acreditar que antigamente as serpentes andavam e falavam (Gn 3,1.14); além de podermos procurar a arca de Noé (Gn  6,5ss).
      Mas, já que a Sagrada Escritura é inspirada, há outro princípio da interpretação correta e sem o qual a Escritura permaneceria letra morta: "A Sagrada Escritura deve também ser lida e interpretada com a ajuda daquele mesmo Espírito em que foi escrita".
      O Concílio Vaticano II indica três critérios para uma interpretação da Escritura conforme o Espírito que a inspirou:
1. Prestar muita atenção "ao conteúdo e à unidade da Escritura inteira".
2. Ler a Escritura dentro "da Tradição viva da Igreja inteira"
3. Estar atento "a anagogia da fé"  (=coesão das verdades da fé entre si e no projeto total da Revelação).

O que é o cânon das Escrituras?

      O Cânone das Escrituras é a lista completa dos escritos sagrados, que a Tradição Apostólica levou a Igreja a discernir.

A Bíblia

      “Bíblia” é uma palavra grega que significa “livros”
      A Bíblia é um coleção de livros;
      Nós, cristãos, dividimos a Bíblia em duas grandes partes: Antigo Testamento e Novo Testamento
      O Antigo Testamento (A.T.) é composto por 46 livros e o Novo Testamento (N.T.) por 27, perfazendo um total de 73 livros;
      Os livros do A.T. foram compostos no período de 1.o00 a 100 antes de Cristo (a.C.) e narram a história dos ancestrais do povo de Israel (1800 a.C.) até a revolta dos Macabeus (134 a.C.), além de possuir livros sapienciais, litúrgicos, proféticos, etc.
      Os livros do N.T foram escritos entre os anos 65 d.C. a 135 d.C. e tratam da vida de Jesus, da Igreja primitiva, além de conter várias cartas e um apocalipse.


Antigo Testamento

      A Economia do Antigo Testamento estava ordenada principalmente para preparar a vinda de Cristo, redentor de todos;
      Embora contenham também coisas imperfeitas e transitórias, os livros do Antigo Testamento dão testemunho de toda a divina pedagogia do amor salvífico de Deus:
      "Neles encontram-se sublimes ensinamentos acerca de Deus e uma salutar sabedoria concernente à vida do homem, bem como admiráveis tesouros de preces; nestes livros, enfim está latente o mistério de nossa salvação"

Divisão hebraica do A.T.

      O livro do Eclesiástico 1,7-9.25ss, escrito por volta do ano 130 a.C.,  quando vai falar do A.T. classifica os livros em Lei, Profetas e Outros Escritos.
      Os judeus da época de Jesus já conheciam esta divisão e já tinham consenso em relação aos livros que compunham a Lei e os Profetas. Mas a definição sobre os Outros Escritos só veio no II séc. d.C. Os livros reconhecidos como tais eram os conservados em hebraico ou aramaico. Os judeus modernos seguem esta classificação;
     Lei: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio;
     Profetas: Js, Jz, 1 e 2 Samuel, 1 e 2Rs (profetas anteriores) e Is, Jr, Ez e os doze profetas menores (profetas posteriores);
     Outros escritos: Salmos, Provérbios, Jó, Cântico dos Cânticos (Cantares), Rute, Lamentações, Eclesiástes (Qohelet), Ester, Daniel, Esdras, Neemias, 1 e 2 Crônicas.

Divisão cristã-primitiva do A.T.

      Os cristãos da Igreja primitiva, já que pregavam  o evangelho em língua grega, tinham a tendência de citar as Escrituras Judaicas na tradução grega, conhecida como Septuaginta (LXX);
      Esta versão deriva dos judeus de Alexandria que consideravam sagrados alguns livros que foram compostos em grego (Sabedoria) ou conservados nesta língua (1Macabeus, Tobias e Eclesiástico);
      As Igrejas latina, grega e orientais, seguindo a orientação da LXX, assumiram como canônico/sagrado um A.T. mais amplo:
     Pentateuco: Gn, Ex, Lv, Nm e Dt;
     Livros históricos: Js, Jz, Rt, 1 e 2 Sam, 1 e 2Rs , 1 e 2 Cr, Esd, Ne, Tb, Jt, Est, 1 e 2Mc;
     Livros  Sapienciais: Jó, Sl, Pr, Ecl, Ct, Sb, Eclo;
     Livros  Proféticos: Is, Jr, Lm, Br, Ez, Dn, Os, Jl, Am, Ab, Jn, Mq, Na, Hab, Sf, Ag, Zc, Ml.
      
      Muitos séculos depois (XVI d.C.), alguns reformadores protestantes optaram por considerar apenas o cânon judaico mais breve;
      A Igreja Católica, no Concílio de Trento (1546), reconheceu como canônicos outros sete livros usados durante séculos: Tb, Jd, 1 e 2 Mc, Sb, Eclo, Br, algumas partes de Est, Dn.;
      Tais livros são chamados de apócrifos nas bíblias protestantes e de deuterocanônicos na terminologia católica;
      Todos estes livros foram compostos antes do tempo de Jesus. Alguns eram conhecidos e citados por autores do N.T.


Novo Testamento

      "A Palavra de Deus, que é força de Deus para a salvação de todo fiel, é apresentada e manifesta seu vigor de modo eminente nos escritos do Novo Testamento."
      Seu objeto central é Jesus Cristo, seus atos, ensinamentos, paixão e glorificação, assim como os inícios de sua Igreja sob a ação do Espírito Santo.
      Os Evangelhos são o coração de todas as Escrituras, "uma vez que constituem o principal testemunho da vida e da doutrina do Verbo encarnado, nosso Salvador".
      O Evangelho quadriforme ocupa a Igreja um lugar único, como atestam a liturgia e o atrativo que desde sempre tem exercido sobre os santos.

Divisão do N.T.

      A. Evangelhos (4)
      Sinóticos (3): Mateus, Marcos, Lucas
      João
      B. História das origens (1)
      Atos dos Apóstolos
      C. Apocalipse (1)
      Apocalipse de João
      D. Cartas (21)
      Paulinas (13+1)
      Católicas (7): Tiago; 1 e 2 Pedro; 1,2 e 3 João; Judas
       
A unidade entre o Antigo e o Novo Testamentos

      A unidade dos dois Testamentos decorre da unidade do projeto de Deus e de sua Revelação.
      Por isso os cristãos lêem o Antigo Testamento à luz de Cristo morto e ressuscitado. De resto também o Novo Testamento exige ser lido à luz do Antigo.
      O Antigo Testamento prepara o Novo, ao passo que este último cumpre o Antigo;
      Os dois se iluminam reciprocamente; os dois são verdadeira Palavra de Deus.
      "A Igreja sempre venerou as divinas Escrituras da mesma forma como o próprio Corpo do Senhor”;

Escolha da Bíblia

      Bíblia Pastoral
      Bíblia de Jerusalém;
      TEB;
      Bíblia do Peregrino.

Procurando uma passagem

      Gn 1, 27;
      Gn 1,26-27;
      Gn 1, 1.26-27;
      Gn 1, 1; Jo 1, 1;
      1Cor  13, 4;
      1Cr  13, 4;
      Jo 10-13; 15,2-9;
      1Jo 4,1ss;
      1Mc 2,3–4,5;
      Mc 6, 5b-13.









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